quarta-feira, 11 de março de 2009

Vencedor do Festival ‘É Tudo Verdade’ lança

Museu de Arte Moderna da Bahia recebe o documentarista Carlos Nader na programação do Projeto Cinema de Artista

Uma reflexão sobre a questão racial no Brasil é o mote do documentário “Preto e Branco” que o cineasta e videoartista paulista, Carlos Nader, traz para a Bahia, dentro da programação do Projeto Cinema de Artista do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). Sua participação no Projeto também inclui a Retrospectiva Videoarte Carlos Nader com quatro curtas produzidos entre 1992 e 2001. Nader é o vencedor da competição brasileira do festival de documentários ‘É Tudo Verdade’, principal evento dedicado exclusivamente à cultura do documentário na América do Sul, com o filme “Pan-Cinema Permanente”, sobre o artista baiano Wally Salomão.

A Retrospectiva de Videoarte Carlos Nader tem estréia dia 18 de março (quarta), às 19h e será seguida de um bate-papo com o artista, com a participação de Solange Farkas, curadora e diretora do MAM. Já o longa “Preto e Branco” tem pré-estria no dia 19 de março (quinta), às 19h, também seguida de uma conversa com o artista.

Após os eventos de lançamento, a Retrospectiva Videoarte Carlos Nader fica em cartaz de 19 a 26 de março, sempre às 14 horas e tem entrada gratuita. O longa ‘Preto e Branco’, também tem horário fixo às 20 horas, com preço único de R$4,00.

Cinema de Artista
Lançado em novembro de 2008, com a exibição do longa ‘O Andarilho’, e da retrospectiva de videoarte do mineiro Cao Guimarães, o Projeto Cinema de Artista é fruto de uma parceria entre o MAM e o Circuito Sala de Arte e tem como objetivo trazer para Salvador o trabalho de realizadores que passeiam entre as linguagens, tanto do vídeo quanto do cinema, oferecendo uma alternativa aos circuitos convencionais de exibição, que não conseguem absorver a demanda e a diversidade da paisagem audiovisual contemporânea.

Segundo a diretora do MAM, Solange Farkas, a idéia é estabelecer “um território que não apenas favoreça a exibição esporádica de uma produção contemporânea audiovisual, mas também a abrigue de forma sistemática, em conexão com as propostas trazidas nas nossas salas expositivas, e principalmente evidenciando a qualidade investigativa e experimental destes artistas”.

Carlos Nader
Um mergulho na questão racial no Brasil. Este é o mote do documentário ‘Preto e Branco’. Nele, Carlos Nader questiona a passividade na convivência entre pessoas de raças diferentes. "Preto e Branco fala de hipocrisia e esperança. De fusão e exclusão. De convivência e intolerância. Tudo misturado. A questão racial brasileira não é uma questão preta e branca. Tem mil tons. É híbrida, complexa e, sobretudo enigmática”, declara Nader

No primeiro, ele investiga como um homem branco e cego de nascença encara a questão do preconceito racial. No segundo, Nader apresenta um acerto de contas entre um casal formado por um homem branco e uma mãe de santo negra, e um ativista do movimento negro.
No terceiro episodio, é estabelecido um paralelo entre dois afro-descendentes bem sucedidos, sendo um deles o rapper Sabotage, morto em 2003. Por fim, no último episódio, Carlos Nader retrata o dia a dia de uma mulata passista de escola de samba que é casada com um holandês.

Segundo o cineasta, “o filme não resolve nem tenta resolver a questão racial brasileira. Ele apenas tenta tirar uma fotografia desta questão, de determinado ângulo. E de qualquer ângulo que se tire, os paradoxos vão aparecer”. Para Nader, apesar do passar do tempo, ainda é importante discutir a questão racial, no Brasil. “Agora, o filme diz duas coisas claramente. Uma é que preciso urgentemente pensar e discutir a questão racial, se quisermos superá-la. Outra é que é preciso pensá-la e discuti-la menos dicotomicamente. Não fechar os olhos para suas complexidades”, finaliza.

MOSTRA CIRCUITOS COMPARTILHADOS

A cultura audiovisual também ganha espaço no MAM este mês com a mostra da Coleção Circuitos Compartilhados , uma compilação da videoarte de coletivos artísticos brasileiros, com trabalhos produzidos desde a década de 1970 até a atualidade. O lançamento ocorre no dia 20 de março, às 19h, quando será realizada uma mesa-redonda com o idealizador do projeto, o artista GOTO, o diretor de Museus do IPAC, Daniel Rangel, o representante do Ministério da Cultura, Afonso Henrique Martins Luz, o artista Everton Santos (Grupo de Interferência Ambiental – G.I.A.) e o a diretora assistente do MAM, Stella Carrozzo.

Composta de 150 conjuntos com 35 DVDs cada, a coleção Circuitos Compartilhados chega a marca de 44h35’25”, com 225 títulos em vídeo e filme associados a 87 ações de circuitos artísticos ocorridos no Brasil entre os anos 70 e a atualidade, organizados em 20 programas.
fonte:Núcleo de Comunicação

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